2 de abril de 2010

O trovador solitário.


Amor, ideologia e devaneios em uma Brasília em plena ditadura militar esculpiram na história da música brasileira o nome de um dos maiores compositores e intérpretes, quiçá o melhor, que o Brasil já viu: Renato Russo. Foi e é considerado por alguns só mais um rebelde sem causa, um filhinho de papai querendo brincar de revolução, um do contra que acreditava que estava tudo errado ou um burguês sem religião querendo falar de amor.
Para outros (e que por sinal não são poucos) foi e sempre será um magnífico poeta que brincando com as palavras fez da escrita, da composição de músicas uma arte, um dos poucos que conseguiram transmitir verdadeiramente através da música sua mensagem. Cujo conteúdo invariavelmente passava-nos mensagens extremamente sentimentais, anarquista ou mesmo tentando mostrar-nos um país caótico e que se encontrava mergulhado numa lama proveniente da ignorância, do preconceito, da falta de nacionalismo e do capitalismo selvagem.
Sendo amado ou não Renato Russo ainda hoje é lembrado. Devido, dentre outros pontos, à sua voz única e incopiável que ecoa até hoje. Tendo marcado, e continuando a marcar, várias gerações. Desde as que tiveram o prazer e o privilégio de lhe ver cantar quando ele estava vivo até as que puderam ter contato com seu legado e perceberam o quão imenso ele é. Percebendo assim, que os assuntos abordados por Renato e a Legião Urbana em suas músicas são temas atuais e porque não atemporais.
Haja vista, poderem ser ouvidas e apreciadas em qualquer época que mesmo assim é possível fazer ligações entre eles e o momento. E também por sua riqueza. Sendo como pedras preciosas a serem lapidadas. Cada pessoa lapidando a seu modo. Uns para tirarem o cunho de protesto que muitas das músicas possuem. Outros para se deliciarem com as poesias musicadas que Renato Russo produziu juntamente com sua banda. E alguns outros apenas para sentirem um pouco de nostalgia.
E talvez seja esta a palavra que explica o sentimento dos fãs ou somente admiradores de Renato Russo no último dia 27 de março. Dia em que o eterno poeta estaria fazendo 50 anos de vida se estivesse conosco. E de certa forma está. Ainda mais quando percebemos o legado que ele nos deixou. E quem estiver com saudades dele e da banda Legião Urbana é só pegar um dos vários CD's que eles lançaram e que certamente está jogado por aí ou está bem guardado em alguma gaveta e matar a saudade.
Nós aqui do
Acto Semanal além de ouvir algumas músicas para matar um pouco da saudade também prestamos este pequeno e singelo ato em homenagem ao mestre Renato Russo.

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